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Pernilla - Icon for Hire



Eu não posso ajudar, mas fecho os olhos para a vida...
E o sonho com um final diferente.
Quando eu acordar não vou estar tão exausta,
e eu vou parar com o meu fingimento...
De que eu estou bem, 
estou bem se eu puder enganar a mim mesma hoje à noite.

As lágrimas não cessavam, exatamente como os soluços. No peito um dor latejante que parecia fazer seu coração rasgar o peito. Estava sozinha, outra vez. Mas por escolha própria. O que havia feito? Baixou o olhar e começou a contemplar a cena...

E minha mentira vai sufocar todos vocês...

No chão jaziam pedaços de boas memórias, picotadas, rasgadas, dilaceradas...

Você vai sangrar pelo que suas mãos têm feito,
você não pode fugir do seu final!
E eu ficarei bem muito antes de você se perder.

O que isso significava, afinal de contas? Não era pra estar sentindo-se realizada?
O que havia de errado?
Arrastou-se até a cama e puxou o lençol...
Lá estava ele. O rosto sereno, como se estivesse dormindo.
Sim, um repouso eterno...

Posso perdoar, mas você nunca vai...

Sentou-se ao lado dele, postando-se a vislumbrar a pele cor de mármore que o rapaz tinha. Seus lábios roxeados lhe chamavam a atenção de uma maneira tão mórbida...
Como o primeiro dia que se conheceram...
Como o dia em que ele destruiu sua vida.

Eu não me curvarei, até eu me quebrar.
De modo que possa ter o corpo machucado...
Ainda não é o bastante para me calar!
Você é apenas uma memória!
Eu vou gritar estas palavras até que se tornem realidade.
Então eu não vou pensar mais em você
Olho para trás, o que eu estou passando?
Esta não é a minha identidade...

Ainda se lembrava das palavras sussurradas, de cada mentira que lhe fora contada.
E isso não mudava...
Apenas acrescentava culpa. Culpa por ter acreditado, culpa por ter se permitido afundar.
Deitou-se então ao lado dele, a mão pousada sobre o congelado peitoral direito.
Quantas vezes não havia buscado conforto nele?

E eu te disse, 

Ela havia dado tudo o que tinha e ele apenas mentiras.
Ele a destruiu...

Eu te disse que você não tinha o direito, o quão você deve ter prejudicado!? 

E isso não parecia ser tão grande agora que já havia sido feito.
Deslizou então a mão até atingir o buraco de onde o líquido carmim tinha origem.
Tão frágil...
Um coração por outro.

Observe: é trágico entrar em pânico, você vai levar isso para toda vida... 

Um sorriso saudosista brotou nos lábios da jovem que virou-se para o criado-mudo. Apenas estendeu a mão, sentindo quase que imediatamente o frio metal do revólver...
O mesmo revólver que havia usado com ele.
“Juntos até a morte”, murmurou, praticamente colando-se ao cadáver do amado.
Então apontou a arma para a própria cabeça...

Você tem a minha compaixão.

E puxou o gatilho.

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