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Loucura.

Um dia ouço sua voz me chamando de todos os cantos, outro, algo batendo à minha janela do jeito que imagino que você faria. Sinto seu perfume o tempo todo. Vejo seu rosto nos de pessoas que nem conheço. Acho que a verdade é que sinto sua falta, talvez até mais do que as palavras possam dizer... Ou, realmente, do que eu poderia um dia ter imaginado sentir. Chega a ser patético; justo eu, que por opção nunca quis me entregar à ninguém, sucumbir sem ter opção de retorno. O que quero dizer é que dói. Dói demais não poder ter você comigo. Essa saudade toda está me destruindo... Está mostrando um atalho à insanidade. Um atalho que também é sem retorno.


                                                                                    ( Beatriz M. )


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Você sabe meu nome, não minha história.

É isso. Você pode pensar que me conhece. Mas quem me vê por fora jamais poderá imaginar as coisas que me levaram a ser como eu sou por dentro, como eu realmente sou. Ninguém jamais saberá como é ser eu.

Vários sabem como é mais prático colocar um sorriso na cara e dizer que tudo está bem, mas poucos, realmente poucos, sabem o que é rezar para realmente acreditar que aquele sorriso é verdadeiro e que tudo está bem.

Às vezes contamos mentiras porque realmente queremos acreditar, e não só por contar.

                                                                                              ( Beatriz M. )
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Tempo ao Tempo.


Tudo passará,
as traquilidades destruídas continuarão
quando as memórias desaparecem dentro do vazio.
Somente o tempo dirá se nessa história
tudo foi em vão.

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Pessoas

As pessoas vem e as pessoas vão. Como negar um fato tão óbvio? É, de fato, uma proeza impossível. Porque é a realidade e, feliz ou infelizmente, não podemos mudá-la. É inútil se preocupar ou se lamentar por qualquer coisa. Porém, ainda mais inútil é se culpar por algo. Do que adiantaria? Se realmente a culpa fosse sua, o que poderia fazer? No máximo pedir desculpas. E se não fosse? Nada. Então pra quê deixar que algo te consuma? Que destrua o que tem aí? Por isso que o melhor é viver sem arrependimentos. Porque quem sofre é você e é bem nesse ponto que acabamos arrastando os outros pra uma detestável espiral de dor e sofrimento. Além do que, se importar com você é o primeiro passo para poder amar alguém.


E, sim. Seguir esse mantra vai te tornar egoísta, um pouco. Mas quem se importa? :D
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Por detrás do sorriso.

É, é isso. Por mais que eu sorria, por mais que eu tente acreditar que está tudo bem, sei que nada disso passa de esforço desnecessário. Já estou acostumada a carregar esse fardo que trago em meu peito há tempo demais a ponto de nem saber quando ele começou a existir - ou a de fato pesar, significar algum incomodo em minha vida. Já nem me importa mais as tragédias que acontecem. O que antes me fazia chorar já não significa nada, absolutamente nada. Ou eu tentei me tornar entorpecida por tanto tempo, ter mentido a mim mesma por tanto tempo, que comecei a mudar.




Sands of time
Running through my fingers
My life's sliping away
And I fell nothing
Swallow the tears, eat the pain
It's worth the degradation
eat the pain


Behind the smile, I feel Nothing
I reach out to touch
But I'm not really there
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Silêncio dos Inocentes



 

Vou ser sincera. Dou muito mais valor a qualquer pessoa que se expresse. Afinal, o que seria do ser humano se ele não tivesse esse dom? Incrível que muita gente não o usa, preferem simplesmente calar e aceitar tudo da maneira que está. E o que é mais interessante? Que essas são, em sua grande maioria, as pessoas que deveriam ter a voz ouvida. Talvez elas estejam apenas cansadas de se expressarem por sussurros, não? Bom... O que importa é continuar tentando. Tentando até o fim, porque não vai haver nenhum arrependimento. 
Outra coisa que me deixa meio frustrada é maneira pela a qual os que tem "menos" direito (ou moral) se expressam. São sempre os escandalosos, aqueles que conseguem sempre chamar mais a atenção.

Em um resumo? Não acho que o barulho dos culpados deveria sobrepor tanto o decadente silêncio dos inocentes.

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Amor, dor que mata calada.

    
  O problema quando o amor começa a existir, é que ele começa a tomar conta de seu ser. Não parcialmente -quem me dera ter essa sorte- mas sim completa e obsessivamente. Por um lado é tão destrutivo quanto o fogo, porém, ao mesmo tempo é tão sensível quanto uma criança. Ah, quisera eu poder simplesmente ignorar essa criança. Quisera eu que destruição e sensibilidade fossem as únicas coisas que o amor traz consigo.  Ele também é a loucura, a cegueira e o puro ódio. É a loucura porque, por mais sensato que você seja, jamais conseguirá controlar seus impulsos quando se está amando - bom, ao menos realmente. E a cegueira irremediável, pois não se tem noção alguma de nada: do quão impossível pode ser, do quão ridículo suas atitudes podem estar se tornando. E é o puro ódio porque o amor sempre fere... E dor gera ódio. Esse ódio compensaria se pudesse ser dispensado somente numa única pessoa em especial. Mas nunca é assim. Sempre acabamos ferindo os outros e, assim, gerando mais e mais ódio. O que cria um círculo sem fim e, acima de tudo, mortal. O amor é isso. É a morte, num resumo simplório - que nem por isso deixa de ser demasiadamente realista.
   Minha loucura começou já faz algum tempo.  De início eu nem me importava muito. Mas depois de um tempo comecei a, inutilmente, tentar ignorar. Mas ignorar aquilo que parecer ser o que te mantém “viva” é algo inacessível, porém, por mais absurdo que parecesse ser, eu tentei. Tentei com todas as minhas forças até ficar totalmente cega e desamparada. O problema começou no exato momento em que percebi que eu estava gostando daquilo. Não só da loucura ou do desamparo, e sim da minha condição geral.  Eu adorava ser a louca, cega e apaixonada. Mesmo que isso corroesse de maneira implacável e irreversível meu coração. Mas acho que por um lado esse detalhe tornou-se desimportante pelo simples fato de quê: para que preciso de meu coração se ele só me serve como fonte inesgotável de dor e sofrimento?  Por que me importar com aquilo que está me matando? - Se eu me importasse com esses sentimentos, que de certa forma tornaram-me tão egoísta quanto eles próprios, seria a mesma coisa que arrancar por puro entretenimento um pedaço de carne meu. Seria masoquismo.  Simplesmente isso. Feria em nível idêntico, senão superior. Porque a carne cura, mas um coração ferido é algo que se leva para o resto da eternidade.  Exatamente como tenho gravado na memória cada palavra de desprezo que feriu tão cruelmente quanto uma espada nas mãos de um guerreiro raivoso que, bravamente, tem sacrificado tudo o que mais ama pelo momento em que exterminaria com o odiado inimigo. Os lábios dela eram a espada com o homem raivoso enquanto, para a minha infelicidade, eu era o odiado inimigo. Só que era odiada sem nenhuma justa causa. Ou simplesmente, meu sofrimento era algo agradável para a causadora da minha loucura. E essa seria a justa causa. Eu, minha dor. Teria eu acabado como fonte de diversão por meio dor e tristeza?
   Por mais extraordinário e insano que possa parecer -e de fato- ser, eu nunca me importei muito. No exato momento em que meu coração começou a bater por outra pessoa, a autoestima foi-se ao lado da sanidade e ambas seguiram até que simplesmente desapareceram. O mesmo aconteceu com meus sorrisos e demonstrações de sentimentos no geral. Foram parando aos poucos até deixarem de existir.
     Porém, a ápice da loucura veio temperada com dor e angústia. E veio sem piedade alguma. Como uma manada de animais assustados, simplesmente veio louca e em disparada. E no fim é isso o que conta. Talvez pelo simples fato de que somente os finais realmente contam com alguma real importância. O modo pelo qual se chegou a eles torna-se de importância, no mínimo, questionável.


"Por que você é tão horrível?"
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Let it Out (Staind)



Não restou nada,
nada mais pra acreditar.
Não há mais razão pra eu lutar.
Eu esquecerei tudo isso.
Será bem fácil assim, eu sei...
O peso nos meus ombros me dizem isso.


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Às Vezes Quero Morrer (Joydrop)


Não se preocupe com uma coisa 
Não se preocupe com nada do que ela diz 
Eu não vou deixar isso ir 
Ninguém está do meu lado 
Ninguem parece ver o quanto 
Quão profundo, quão longe essas coisas podem ir.

Meus olhos estão secos e 
Eu, eu, continuo sem nem saber quem é você
Eu, eu, continuo desejando que eu possa te abraçar
Eu, eu, eu às vezes quero morrer 

E todos os lugares que eu vou 
e qualquer um que eu veja ,
de alguma forma
quase me liberta.

E o lugar onde nos conhecemos,
é diferente do resto.
E eu simplesmente pareço não conseguir esquecer.

E você esteve no início,
e agora você está no final.
E você me deixou sem nada para defender...
Eu preciso da voz de um bom amigo. 

Não posso parar de rir...
Não importa o quão triste 
essas coisas possam ser.


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Para Trás


Não posso esquecer aquilo que me faz viver
Não faça meu coração ter outra ilusão

Não me deixe para trás,

não me deixe morrer outra vez

Quem sabe se você olhar de mais perto,

talvez, só talvez, 
você verá que seu futuro pode deixar de ser tão incerto

Me dê mais uma chance, 

sei que isso está ao seu alcance 



                                                                                              ( Beatriz M. )
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Suicide.



Pessoas que morrem por suicídio não querem o final de suas vidas, elas querem o final de sua dor.




É, acho que o problema consiste em:
Quando preciso ser racional, sou emocional.
E quando preciso ser emocional, sou racional.

E isso fode com tudo. (:

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Cuspo Cataclítico



Está amanhecendo lá fora. Todos os ventos trancados no mundo real não adentram minhas profundidades imensas. Cá dentro, é noite intermitente, escuridão mais densa que buraco negro.
Pra cá, a luz não passa, não vem rimar suas causas com meu desespero, ou causar antítese às minhas tristezas justificadas. 
Parece catedral imensa o interior ecoante cheio de olhos. Não mais que superfície dialética pinta os odes de amarelo e rosa mas, por dentro, branco de morte, minam as ideias profanas e desagradáveis.
E são mortalhas ressequidas e desfolhadas os versos de verdade obscura. Os que como a noite vêm com assombrosos mistérios, sombreados pela falta de objetos: expostos.
Cá dentro, a festa horrenda da decomposição das vontades. As palavras são subprodutos da degradação, são estorvos. Eu, ainda de olhos abertos mas desatentos, e imóvel, espero os sonhos. É madrugada lá fora. Mas por dentro ainda, noite escura. Os versos pulsantes apodrecendo vivos.

                                                                                                  ( Nine )
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O Corvo (Edgar Allan Poe ~ traduzido por Helder da Rocha)




Numa sombria madrugada, enquanto eu meditava, fraco e cansado, sobre um estranho e curioso volume de folclore esquecido; enquanto cochilava, já quase dormindo, de repente ouvi um ruído. O som de alguém levemente batendo, batendo na porta do meu quarto. "Uma visita," disse a mim mesmo, "está batendo na porta do meu quarto - É só isto e nada mais."
Ah, que eu bem disso me lembro, foi no triste mês de dezembro, e que cada distinta brasa ao morrer, lançava sua alma sobre o chão. Eu ansiava pela manhã. Buscava encontrar nos livros, em vão, o fim da minha dor - dor pela ausente Leonor - pela donzela radiante e rara que chamam os anjos de Leonor - cujo nome aqui não se ouvirá nunca mais.
E o sedoso, triste e incerto sussurro de cada cortina púrpura me emocionava - me enchia de um terror fantástico que eu nunca havia antes sentido. E buscando atenuar as batidas do meu coração, eu só repetia: "É apenas uma visita que pede entrada na porta do meu quarto - Uma visita tardia pede entrada na porta do meu quarto; - É só isto, só isto, e nada mais."
Mas depois minha alma ficou mais forte, e não mais hesitando falei: "Senhor", disse, "ou Senhora, vos imploro sincero vosso perdão. Mas o fato é que eu dormia, quando tão gentilmente chegastes batendo; e tão suavemente chegastes batendo, batendo na porta do meu quarto, que eu não estava certo de vos ter ouvido". Depois, abri a porta do quarto. Nada. Só havia noite e nada mais.
Encarei as profundezas daquelas trevas, e permaneci pensando, temendo, duvidando, sonhando sonhos mortal algum ousara antes sonhar. Mas o silêncio era inquebrável, e a paz era imóvel e profunda; e a única palavra dita foi a palavra sussurrada, "Leonor!". Fui eu quem a disse, e um eco murmurou de volta a palavra "Leonor!". Somente isto e nada mais.
De volta, ao quarto me volvendo, toda minh'alma dentro de mim ardendo, outra vez ouvi uma batida um pouco mais forte que a anterior. "Certamente," disse eu, "certamente tem alguma coisa na minha janela! Vamos ver o que está nela, para resolver este mistério. Possa meu coração parar por um instante, para que este mistério eu possa explorar. Deve ser o vento e nada mais!"
Abri toda a janela. E então, com uma piscadela, lá entrou esvoaçante um nobre Corvo dos santos dias de tempos ancestrais. Não pediu nenhuma licença; por nenhum minuto parou ou ficou; mas com jeito de lorde ou dama, pousou sobre a porta do meu quarto. Sobre um busto de Palas empoleirou-se sobre a porta do meu quarto. Pousou, sentou, e nada mais.
Depois essa ave negra, seduzindo meu triste semblante, acabou por me fazer sorrir, pelo sério e severo decoro da expressão por ela mostrada. "Embora seja raspada e aparada a tua crista," disse eu, "tu, covarde não és nada. Ó velho e macabro Corvo vagando pela orla das trevas! Dize-me qual é teu nobre nome na orla das trevas infernais!".
E o Corvo disse: "Nunca mais."
Muito eu admirei esta ave infausta por ouvir um discurso tão atenta, apesar de sua resposta de pouco sentido, que pouca relevância sustenta. Pois não podemos deixar de concordar, que ser humano algum vivente, fora alguma vez abençoado com a vista de uma ave sobre a porta do seu quarto; ave ou besta sobre um busto esculpido, sobre a porta do seu quarto, tendo um nome como "Nunca mais."
Mas o corvo, sentado sozinho no busto plácido, disse apenas aquela única palavra, como se naquela única palavra sua alma se derramasse. Depois, ele nada mais falou, nem uma pena ele moveu, até que eu pouco mais que murmurei: "Outros amigos têm me deixado. Amanhã ele irá me deixar, como minhas esperanças têm me deixado."
Então a ave disse "Nunca mais."
Impressionado pelo silêncio quebrado por resposta tão precisa, "Sem dúvida," disse eu, "o que ele diz são só palavras que guardou; que aprendeu de algum dono infeliz perseguido pela Desgraça sem perdão. Ela o seguiu com pressa e com tanta pressa até que sua canção ganhou um refrão; até ecoar os lamentos da sua Esperança que tinha como refrão a frase melancólica 'Nunca - nunca mais.' "
Mas o Corvo ainda seduzia minha alma triste e me fazia sorrir. Logo uma cadeira acolchoada empurrei diante de ave, busto e porta. Depois, deitado sobre o veludo que afundava, eu me entreguei a interligar fantasia a fantasia, pensando no que esta agourenta ave de outrora, no que esta hostil, infausta, horrenda, sinistra e agourenta ave de outrora quis dizer, ao gritar, "Nunca mais."
Concentrado me sentei para isto adivinhar, mas sem uma sílaba expressar à ave cujos olhos ígneos no centro do meu peito estavam a queimar. Isto e mais eu sentei a especular, com minha cabeça descansada a reclinar, no roxo forro de veludo da cadeira que a luz da lâmpada contemplava, mas cujo roxo forro de veludo que a lâmpada estava a contemplar ela não iria mais apertar, ah, nunca mais!
Então, me pareceu o ar ficar mais denso, perfumado por invisível incensário, agitado por Serafim cujas pegadas ressoavam no chão macio. "Maldito," eu gritei, "teu Deus te guiou e por estes anjos te enviou. Descansa! Descansa e apaga o pesar de tuas memórias de Leonor. Bebe, oh bebe este bom nepenthes e esquece a minha perdida Leonor!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! - Tenhas sido enviado pelo Tentador, tenhas vindo com a tempestade; desolado porém indomável, nesta terra deserta encantado, neste lar pelo Horror assombrado, dize-me sincero, eu imploro. Há ou não - há ou não bálsamo em Gileade? - dize-me - dize-me, eu imploro!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Profeta!" disse eu, "coisa do mal! - profeta ainda, se ave ou diabo! Pelo Céu que sobre nós se inclina, pelo Deus que ambos adoramos, dize a esta alma de mágoa carregada que, antes do distante Éden, ela abraçará aquela santa donzela que os anjos chamam de Leonor; que abraçará aquela rara e radiante donzela que os anjos chamam Leonor."
E o Corvo disse: "Nunca mais."
"Que essa palavra nos aparte, ave ou inimiga!" eu gritei, levantando - "Volta para a tua tempestade e para a orla das trevas infernais! Não deixa pena alguma como lembrança dessa mentira que tua alma aqui falou! Deixa minha solidão inteira! - sai já desse busto sobre minha porta! Tira teu bico do meu coração, e tira tua sombra da minha porta!"
E o Corvo disse: "Nunca mais."
E o Corvo, sem sequer se bulir, se senta imóvel, se senta ainda, sobre o pálido busto de Palas que há sobre a porta do meu quarto. E seus olhos têm toda a dor dos olhos de um demônio que sonha; e a luz da lâmpada que o ilumina, projeta a sua sombra sobre o chão. E minh'alma, daquela sombra que jaz a flutuar no chão, levantar-se-á - nunca mais!
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A Árvore dos Enforcados




Sob as árvores, os pés dançantes soltos no ar
Há nas mãos que se esticam um pranto oculto
Que a garganta calada não deixa gritar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Ao riso ardido do carrasco apenas o vulto
E uma lágrima sentida da menina que espia
Aqueles que aos corvos irão alimentar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Ignoram a tudo os pés dançantes, soltos no ar
Relutam uma rigidez que não tarda chegar
Não estão sós os enforcados
Logo amigos alados virão deleitar-se
E nos corpos dependurados
Servindo de aviso ao povoado
Um banquete de cor e sabor a se ofertar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Esticaram-se os olhares em busca do quê?
Espantados, e já não podem mais
Ao sabor da brisa, esperavam perdão
Que a nobre pena negou-se a assinar

A corda aperta o pescoço que luta
As mãos amarradas ainda protestam
E finalmente o que era ar se vai
As pernas são as últimas a se entregar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Restam, ainda, para a menina que espia
Os pés dançantes soltos no ar

                                                                                   ( Tânia Souza )


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Memórias Mortas.



Enquanto minha alegria é dissolvida
pela sua constante lembrança,
me pergunto o porquê disso.
Por que me sinto assim?
Por que fui perder você? 
Por que fui perder logo você?
Dizem que o amor é algo que acontece uma vez na vida, 
e uma na morte.
Vejo que é mentira, pois mesmo estando morta, não sinto mais nada.
Você arrancou tudo o que existia em mim e substituiu por suas coisas
e simplesmente foi forçada a partir e deixar tudo para trás.
Sem chance de olhar para mim…
E obrigada a ver através de mim.
Do quê adianta ter asas pra voar se não tenho você do meu lado?
Do que adianta um coração batendo quando não se tem alguém?
Do que a sanidade tem me salvado, afinal de contas?
Se estivesse louca, ainda poderia dançar com essas memórias mortas. 
Bebi seu veneno, me apaixonei pela ideia utópica de que a felicidade existiria.
Mas hoje vejo mesmo que a tal esperança é a única que cega…
Por bênção ou maldição, posso ver.

                                                                                    ( Beatriz M. )
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Eterno.




Parei de chorar, mas isso não significa que tenha parado de doer.
Parei de falar a respeito, mas isso não significa que eu tenha esquecido.

Se eu tenho parado de viver à base da dor que sua ausência deixou, é porque não aguento mais. Não aguento mais ouvir sua voz me chamando de todos os lados; não aguento mais ver o seu rosto no de todos os outros. Não aguento mais ter que conviver com seu fantasma. 

Só não me julgue por estar tentando melhorar...
E, por favor, não pense que com isso eu estou tentando te esquecer.

Porque, o jeito que você me marcou...
É impossível de se apagar.

Porque uma coisa não tem absolutamente nada a ver com outra.

Na verdade, enquanto me afasto de todos os amigos que ainda tenho, tudo o que eu mais quero é um abraço. Mas sou orgulhosa demais para conseguir dizer isso... Tenho medo de acabar sendo mais fraca ainda, medo de acabar chorando no ombro deles outra vez.
Não há nada de errado em ser assim... O problema é que eu cresci para ajudar os outros quando estão fracos, para amenizar a dor deles, e não a minha. Na verdade, não faço a mínima ideia de como lidar com essa dor crescente.


                                                                                     ( Beatriz M. )

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Admito...



Que tenho falhado. Que não tenho cumprido nem metade das promessas que eu faço. Mas que culpa tenho eu? A cada dia que  passa me deparo com mais uma falha e, consequentemente, com mais um buraco no meu ego... 

"A única pessoa que nunca vai me decepcionar sou eu mesma"... 
Hoje, vejo que isso não passa de uma puta mentira.
 
                                                                                   ( Beatriz M. )



"Prometa que nunca mais se cortará novamente".

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Amor: a única religião REAL.


Acho que amor é a única religião que o mundo tá precisando. De hipócritas o mundo tá abarrotado. 
Eu tenho visto tanta gente esticando as mãos e louvando "Deus"... Mas não tenho visto ninguém oferecendo essas mesmas mãos para ajudar o próximo. Mas não os culpo, não totalmente... Afinal, é mais fácil criticar o outro do que tentar compreender o porque dele ser assim. É, é realmente mais fácil apontar do que simplesmente abraçar. Tanta gente que pede o perdão de Deus, mas que não perdoa os outros. Isso é uma tremenda d'uma ironia. Porque, se admiramos alguém, não deveríamos tentar ser como ele? Seguir seus princípios. Amar, perdoar, ter compaixão. Hoje só vejo gente que fala, fala e fala... Mas que na hora de mostrar o que tem aprendido, dá pra trás. Falar é fácil, já fazer, exige, no mínimo, coragem. (: 

                                                                                       ( Beatriz M. )
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Dor.




Isso veio pra me salvar ou condenar?
Não sei mais no que pensar

Você veio e outra vez confundiu minha paz,
não sei se quero mais saber

Se não sou eu quem te faz feliz, 
pode ir,
Só não prometo ficar bem,
que a morte não vai mais passar por um triz
e tampouco que vou me perdoar
por não conseguir fazer você feliz

Meu castigo eterno será a sua lembrança?
Com ela, viria a minha total falta de esperança

Esse amor que se transformou em dor,
minha utopia tão falha
que se transformou nessa eterna batalha.

                                                                                       (Beatriz M.)