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A Árvore dos Enforcados




Sob as árvores, os pés dançantes soltos no ar
Há nas mãos que se esticam um pranto oculto
Que a garganta calada não deixa gritar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Ao riso ardido do carrasco apenas o vulto
E uma lágrima sentida da menina que espia
Aqueles que aos corvos irão alimentar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Ignoram a tudo os pés dançantes, soltos no ar
Relutam uma rigidez que não tarda chegar
Não estão sós os enforcados
Logo amigos alados virão deleitar-se
E nos corpos dependurados
Servindo de aviso ao povoado
Um banquete de cor e sabor a se ofertar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Esticaram-se os olhares em busca do quê?
Espantados, e já não podem mais
Ao sabor da brisa, esperavam perdão
Que a nobre pena negou-se a assinar

A corda aperta o pescoço que luta
As mãos amarradas ainda protestam
E finalmente o que era ar se vai
As pernas são as últimas a se entregar

Oh, cruel punição!
Que rouba a vida e o chão!

Restam, ainda, para a menina que espia
Os pés dançantes soltos no ar

                                                                                   ( Tânia Souza )

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